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À Lady Stéfhanie

domingo, 28 de fevereiro de 2010





Andava como peregrino neste solo

Não lembro-me outrora a procura de quê eu estava
Não sei se para libertar-me do sofrimento intenso
Ou medo de enfrentá-los...

Ainda ouço chamar por todos os lugares
Lamentos vindos de antigos espíritos
Que por um ideal lutaram em vão...

Que motivos terei para morrer?
Que motivos terei para continuar a viver?
Sinto os falecidos morderem-me os pés
Sinto os pássaros voarem por sobre mim
E rirem do que sinto...

Coração!?
Esta matéria guia-me errôneamente...
Para onde levarár-me?
Deixará-me num profundo abismo?
Deixará um traço de luz aquecer minha fria alma?

Peço clemência
Peço afago...
Mas não há ninguém para me ouvir
Choro sozinho
Isso me afasta da essência da vida...
Qual o sentido desta?
Qual o significado se eu morrer no final?
Faz sentido eu aprender e depois tudo esquecer?

Um forte torpor toma meu corpo
Exausto das andanças sem precedentes
Eu caio diante da dor
E espero pelo apreço da noite...

Meus sonhos antes tão ruins
Agora mostram-se tão belos...
Vejo a silhueta de um ser que vaga em meus sonhos;
Lágrimas de beleza sem fim
Revelam a verdade da existência
Nós somos todos tristes...
O futuro não passa
E o passado não vai subjulgar o presente
Tudo o que me resta é uma ilusão obsoleta...

Vejo o belo ser de mim aproximar-se
Limpa o sangue que em meu rosto corre...
Afasto suas mãos...
Pois não sou digno de por ela ser tocado...
"Não suje-se com meu intrépido sangue!"

Ela respondeu-me com tanta sôfreguidão...
"Nós tememos todas as coisas que não poderiam ser...
Me ensine como viver e livre-me da descrença que cresce em mim...
Pois o que temos é o que vemos
E não o que precisamos..."

Isso chocou-me...
Desejaria ver o amor
O amor que outrora em mim nunca habitou...
Po inveja ajoelho-me diante dela...
Por que implorar?
Ela é um Ser Primordial
Enquanto que eu
Sou menos que um grão de areia...

Ela diz desejar também o amor
Mas não tenho o amor que ela merece....
O que bate aqui
É apenas um pedido de socorro...

Foge uma tosca palavra de minha seca boca...
"Ama-me...De vossa bondade preciso..."
Ela prontamente aceita-me...
Mas por que?
Ela merece algo melhor...
Sou tão sofrido
Não quero transmitir isso a ela...

"Meu Abatido ser...
Esta é o jeito de fugir de nossa agitação...
E de nos aprimorar-mos...
Use a tua ilusão para entrar em meus sonhos...
Prove de meu amor
E levarei-te para a luz..."

Hoje padeço ainda
Mas a felicidade comigo anda...
Não sei como merecer tanto...
Compadeço-me dos que sofrem...
Pois felicidade todos merecem...
Estou do lado de quem ousou rebaixar-se
Por um reles, rude...e sujo ser...
Postado por Arcanjo Poeta às 23:03

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